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um certo poder
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o ritmo de o trab...
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uma rotação anual
a Volvo
os motores
três operários
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cada uma
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o seu preço
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Saab-Scania
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as tarefas
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absentismo
a mudança
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a opção
resistências
Todas as Cadeias
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de [La social-democratie quand même [285]] chegou o momento de [o tema [que [286]] consideramos mais inovador [286]] , e que engloba , se nos limitamos a [a obra [285]] de [Fejto [287]] , experiências suecas de [enriquecimento de [o trabalho [289]] [288]] , a cogestão e o plano Meidner . [O enriquecimento de [o trabalho [289]] [288]] nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a [sua [288]] experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em [a social-democrata Suécia [18]] . Dizer [enriquecimento de [o trabalho [289]] [288]] é dizer que antes de [esse enriquecimento [288]] [o trabalho [289]] era pobre , ou menos rico... Para [em os [297]] explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de [o trabalho [289]] de [Winslow_Taylor [291]] , [cuja tese [291]] mais célebre recomenda [a decomposição de [os gestos [293]] [38]] [que [293]] realizam um dado trabalho e a cronometragem de os [respectivos [293]] tempos . Foi ( em grande parte ) sobre [as ideias de [Taylor [291]] [294]] [que [294]] se criou [o trabalho em cadeia [295]] . Admitimos que de [ele [295]] se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de [isso em os [297]] previne [Georges_Friedmann [38]] em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de [quem viveu [a cadeia [295]] , [296]] desde [o velho Navel [296]] a [o recente Haraszti [296]] , deixam [-nos [297]] a impressão de [um trabalho destruidor... [295]] em o entanto , para o [nosso [297]] desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . [O trabalho em cadeia [295]] despede [o pensamento [298]] , por [lhe [298]] ser mesmo prejudicial , em a [sua [298]] tendência para a automatização completa de [os gestos [293]] . De um ponto de vista psíquico , [o trabalho em cadeia propriamente dito [295]] ( independentemente de o que se passa em a cabeça de [o operário [312]] ) não envolve mais de o que [uma actividade medular [302]] . ( [A expressão [302]] é [de Friedmann [38]] . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( [pensamento [298]] , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em [o trabalho em cadeia [295]] . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de [o trabalho em cadeia [295]] , de [enriquecimento de [o trabalho [289]] [288]] , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) [humanização de [o trabalho [289]] [288]] . De início , [patrões [304]] e [managers [304]] gabavam , praticamente sem restrições , [esse primeiro taylor-fordismo [305]] [que [305]] [lhes [304]] trazia ganhos de produtividade , [lhes [304]] embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , [a grande indústria americana [311]] começou a queixar -se de as [suas [311]] dificuldades com [o pessoal [312]] : [os operários [312]] trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se [o médico de estas doenças , [313]] [o psico-sociólogo [313]] , [que [314]] [313]] declarou sofrerem [os trabalhadores [312]] de cansaço de [os gestos repetitivos [314]] que [o sistema [295]] [lhes [312]] impunha , de falta de prazer retirado de [o trabalho [289]] , de falta de gosto por [o trabalho [289]] . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por [os psico-sociólogos [313]] encontrava -se [o enrichment job [288]] . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de [Henry_Ford [316]] em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de [Ford [316]] descobrindo [o princípio activo [317]] que [o [316]] movia , necessariamente [o de o lucro máximo [317]] . Esse facto porém não tira que [Ford [316]] seja , não só por a acção em a organização de [o trabalho [289]] como por a [sua [316]] prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , [um de os homens decisivos de a história contemporânea [316]] . ) Posto este introito , já poderemos transladar [-nos [297]] a [a Suécia [18]] , a as fábricas Volvo e [Saab-Scania [320]] . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) [o taylor-fordismo [305]] , [as cadências infernais [305]] : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . [Esta racionalidade [323]] tem porém [o [seu preço [323]] [322]] : [a desafeição por [o trabalho [289]] ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de [absentismo [339]] , [uma rotação anual [340]] de [o pessoal [312]] que chega a atingir 60 % . [322]] É perante [esta situação [322]] que surge [uma nova organização de [o trabalho [289]] , [324]] animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de [as tarefas [326]] , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de [operários [312]] , [cada uma [329]] recebendo a indicação de [a tarefa [332]] que [lhe [329]] compete e [a remuneração global [330]] devendo [os membros de [a equipa [329]] [331]] partilhar entre [si [331]] [a tarefa [332]] e [o salário atribuído a [o grupo [329]] [330]] , a entrega a a decisão de [a equipa [329]] de uma certa margem em o tocante a [o ritmo de [o trabalho... [289]] [345]] Mas para que se compreenda melhor em que consiste [esta nova organização de [o trabalho [289]] [324]] vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em [a Saab-Scania [320]] . [Os grupos [329]] são constituídos por [três operários [333]] . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . [Os operários [333]] podem organizar [o trabalho [289]] de [duas maneiras [333]] a a sua escolha : [cada um [335]] trabalhando 30 minutos em o [seu próprio [335]] motor , ou trabalhando [os três [333]] , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim [cada_qual [335]] um terço de o conjunto de [a tarefa [332]] . São [os operários [333]] [quem [333]] coloca [os motores [336]] , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem [os três motores [336]] [cada um [335]] em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de [a organização de [o trabalho [289]] levado a efeito por [a Volvo [338]] e por [a Saab [320]] [337]] . Mas terá [interesse [286]] indicar primeiro [os resultados [287]] . [As instalações para [a nova organização [288]] [324]] ficaram 10 % mais caras de o [que [291]] as adequadas a o tipo de [organização anterior [295]] . [O tempo de montagem [294]] [295]] averiguou [-se ser [296]] praticamente [o mesmo [297]] . Mas [o absentismo [339]] e [o turnover [340]] diminuiram , [este último [340]] em média de 20 % . E a necessidade de [supervisores [304]] tornou [-se [305]] , naturalmente menor . Feito o balanço , [a experiência [337]] apareceu positiva . de o ponto de vista de [a subjectividade [311]] de [os trabalhadores [312]] , condensaremos [a mudança [342]] em [o comentário [314]] de um de [eles [312]] : Agora posso ir a [o quarto [316]] de [banho [317]] sem ter de levantar o dedo como um menino de [escola [320]] . E isso conta . [A mudança de [o trabalho [289]] em [cadeia [324]] que [se [326]] fazia em [a Volvo [338]] e em [a Saab-Scania [320]] para [este enriquecimento [288]] de [o trabalho [289]] [342]] parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare [-se [331]] que há [uma inversão de [sentido [333]] [332]] : antes , a lógica consistia em [a parcelização [343]] , em [a decomposição , de [o trabalho [289]] [343]] ; em [o novo sistema [324]] , há [uma recomposição de [as tarefas [326]] [344]] . Quebrou -se [uma tendência [342]] . E com [a recomposição [344]] , [algum enriquecimento [288]] [se [345]] dá . a o ter [a opção [346]] quanto a [a maneira [347]] de realizar [a tarefa [332]] e [um certo poder [349]] de escolha em [o ritmo de [o trabalho [289]] [345]] , [o operário [312]] aumenta o [seu [312]] espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de [a Volvo [338]] quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , [o trabalho [289]] adquire para [quem [o [289]] executa [312]] um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de [os pequenos ateliers [346]] de [que [346]] muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que [este trabalho em pequenas equipas [324]] gera [uma atmosfera de solidariedade humanizadora [347]] [que [347]] não se encontra em [o trabalho em cadeia [295]] [que [295]] anteriormente executavam , e [que [295]] [os [312]] robotizava . Posto que [a recomposição de [as tarefas [326]] [344]] se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de [os trabalhadores [312]] , dir -se - ia fatal a [sua [344]] generalização . Há porém um impedimento . [Aquela organização de [o trabalho [289]] , a o [324]] conferir poderes a [os trabalhadores [312]] sobre as condições de [o trabalho [289]] , é vista por o sacrossanto poder de [o patrão [304]] em a empresa como [um de os primeiros passos em um caminho [324]] que tende a levar longe . de aí [resistências [348]] . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de [a experiência [337]] nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de [François_Fetjo [287]] , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que [as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade [348]] recuarão . [Os patrões mais modernos [304]] estão dispostos a aceitar [experiências como as de a [Volvo [338]] e de [a Saab [320]] [349]] , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de [o trabalho [289]] dirigem em o sentido em que vão [experiências como as que apontámos [349]] .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de [o trabalho [289]] , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de [o trabalho [289]] nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de [o trabalho [289]] é dizer que antes de esse enriquecimento [o trabalho [289]] era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de [o trabalho [289]] de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de [o trabalho [289]] , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de [o trabalho [289]] . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de [o trabalho [289]] , de falta de gosto por [o trabalho [289]] . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de [o trabalho [289]] como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por [o trabalho [289]] ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de [o trabalho [289]] , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de [o trabalho... [289]] Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de [o trabalho [289]] vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar [o trabalho [289]] de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de [o trabalho [289]] levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de [o trabalho [289]] em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de [o trabalho [289]] parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de [o trabalho [289]] ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de [o trabalho [289]] , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , [o trabalho [289]] adquire para quem [o [289]] executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de [o trabalho [289]] , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de [o trabalho [289]] , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de [o trabalho [289]] dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de [o operário [312]] ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com [o pessoal [312]] : [os operários [312]] trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem [os trabalhadores [312]] de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema [lhes [312]] impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de [o pessoal [312]] que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de [operários [312]] , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de [os trabalhadores [312]] , condensaremos a mudança em o comentário de um de [eles [312]] : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , [o operário [312]] aumenta o [seu [312]] espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para [quem o executa [312]] um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que [os [312]] robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de [os trabalhadores [312]] , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a [os trabalhadores [312]] sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou [o trabalho em cadeia [295]] . Admitimos que de [ele [295]] se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu [a cadeia [295]] , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de [um trabalho destruidor... [295]] em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . [O trabalho em cadeia [295]] despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , [o trabalho em cadeia propriamente dito [295]] ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em [o trabalho em cadeia [295]] . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de [o trabalho em cadeia [295]] , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que [o sistema [295]] lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de [organização anterior [295]] . O tempo de [montagem [295]] averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em [o trabalho em cadeia [295]] [que [295]] anteriormente executavam , e [que [295]] os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de [enriquecimento de o trabalho [288]] , a cogestão e o plano Meidner . [O enriquecimento de o trabalho [288]] nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a [sua [288]] experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer [enriquecimento de o trabalho [288]] é dizer que antes de [esse enriquecimento [288]] o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de [enriquecimento de o trabalho [288]] , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) [humanização de o trabalho [288]] . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se [o enrichment job [288]] . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . [As instalações para a nova organização [288]] ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para [este enriquecimento [288]] de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , [algum enriquecimento [288]] se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge [uma nova organização de o trabalho , [324]] animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste [esta nova organização de o trabalho [324]] vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para [a nova organização [324]] ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em [cadeia [324]] que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em [o novo sistema [324]] , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que [este trabalho em pequenas equipas [324]] gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . [Aquela organização de o trabalho , a o [324]] conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como [um de os primeiros passos em um caminho [324]] que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , [patrões [304]] e [managers [304]] gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que [lhes [304]] trazia ganhos de produtividade , [lhes [304]] embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de [supervisores [304]] tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de [o patrão [304]] em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . [Os patrões mais modernos [304]] estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de [Henry_Ford [316]] em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de [Ford [316]] descobrindo o princípio activo que [o [316]] movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que [Ford [316]] seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a [sua [316]] prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , [um de os homens decisivos de a história contemporânea [316]] . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a [o quarto [316]] de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por [três operários [333]] . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . [Os operários [333]] podem organizar o trabalho de [duas maneiras [333]] a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando [os três [333]] , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São [os operários [333]] [quem [333]] coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de [sentido [333]] : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para [em os [297]] explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de [isso em os [297]] previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam [-nos [297]] a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o [nosso [297]] desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar [-nos [297]] a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente [o mesmo [297]] . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e [Saab-Scania [320]] . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em [a Saab-Scania [320]] . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por [a Saab [320]] . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de [escola [320]] . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em [a Saab-Scania [320]] para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de [a Saab [320]] , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , [cada uma [329]] recebendo a indicação de a tarefa que [lhe [329]] compete e a remuneração global devendo os membros de [a equipa [329]] partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a [o grupo [329]] , a entrega a a decisão de [a equipa [329]] de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . [Os grupos [329]] são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , [esse primeiro taylor-fordismo [305]] [que [305]] lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) [o taylor-fordismo [305]] , [as cadências infernais [305]] : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou [-se [305]] , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de [a tarefa [332]] que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si [a tarefa [332]] e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de [a tarefa [332]] . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há [uma inversão de sentido [332]] : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar [a tarefa [332]] e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de [Winslow_Taylor [291]] , [cuja tese [291]] mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de [Taylor [291]] que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o [que [291]] as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de [os gestos [293]] [que [293]] realizam um dado trabalho e a cronometragem de os [respectivos [293]] tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de [os gestos [293]] . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de [quem viveu a cadeia , [296]] desde [o velho Navel [296]] a [o recente Haraszti [296]] , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou [-se ser [296]] praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede [o pensamento [298]] , por [lhe [298]] ser mesmo prejudicial , em a [sua [298]] tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( [pensamento [298]] , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se [o médico de estas doenças , [313]] [o psico-sociólogo [313]] , [que [313]] declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por [os psico-sociólogos [313]] encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de [as tarefas [326]] , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que [se [326]] fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de [as tarefas [326]] . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de [as tarefas [326]] se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : [cada um [335]] trabalhando 30 minutos em o [seu próprio [335]] motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim [cada_qual [335]] um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores [cada um [335]] em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por [a Volvo [338]] e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em [a Volvo [338]] e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de [a Volvo [338]] quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a [Volvo [338]] e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há [uma recomposição de as tarefas [344]] . Quebrou -se uma tendência . E com [a recomposição [344]] , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que [a recomposição de as tarefas [344]] se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a [sua [344]] generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda [a decomposição de os gestos [38]] que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne [Georges_Friedmann [38]] em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é [de Friedmann [38]] . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de [o tema [que [286]] consideramos mais inovador [286]] , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá [interesse [286]] indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de [Fejto [287]] , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro [os resultados [287]] . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de [François_Fetjo [287]] , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre [as ideias de Taylor [294]] [que [294]] se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . [O tempo de montagem [294]] averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , [a grande indústria americana [311]] começou a queixar -se de as [suas [311]] dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de [a subjectividade [311]] de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , [que [314]] declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de [os gestos repetitivos [314]] que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em [o comentário [314]] de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo [o princípio activo [317]] que o movia , necessariamente [o de o lucro máximo [317]] . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de [banho [317]] sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém [o seu preço [322]] : [a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . [322]] É perante [esta situação [322]] que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo [os membros de a equipa [331]] partilhar entre [si [331]] a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare [-se [331]] que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de [a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab [337]] . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , [a experiência [337]] apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de [a experiência [337]] nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , [uma rotação anual [340]] de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e [o turnover [340]] diminuiram , [este último [340]] em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos [a mudança [342]] em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . [A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho [342]] parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se [uma tendência [342]] . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a [o ritmo de o trabalho... [345]] Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento [se [345]] dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em [o ritmo de o trabalho [345]] , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter [a opção [346]] quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de [os pequenos ateliers [346]] de [que [346]] muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a [a maneira [347]] de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera [uma atmosfera de solidariedade humanizadora [347]] [que [347]] não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e [um certo poder [349]] de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar [experiências como as de a Volvo e de a Saab [349]] , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão [experiências como as que apontámos [349]] .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em [a social-democrata Suécia [18]] . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a [a Suécia [18]] , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de [La social-democratie quand même [285]] chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a [a obra [285]] de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que [uma actividade medular [302]] . ( [A expressão [302]] é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . [Esta racionalidade [323]] tem porém o [seu preço [323]] : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e [a remuneração global [330]] devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e [o salário atribuído a o grupo [330]] , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca [os motores [336]] , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem [os três motores [336]] cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de [absentismo [339]] , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas [o absentismo [339]] e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em [a parcelização [343]] , em [a decomposição , de o trabalho [343]] ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí resistências . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .
em o desenho que vai aparecendo em esta longa e fascicular análise de La social-democratie quand même chegou o momento de o tema que consideramos mais inovador , e que engloba , se nos limitamos a a obra de Fejto , experiências suecas de enriquecimento de o trabalho , a cogestão e o plano Meidner . O enriquecimento de o trabalho nasceu em os Estados_Unidos foi aplicado em muitos sítios , mas a sua experimentação mais autêntica deve ter tido lugar em a social-democrata Suécia . Dizer enriquecimento de o trabalho é dizer que antes de esse enriquecimento o trabalho era pobre , ou menos rico... Para em os explicarmos temos de ir buscar a ponta a o princípio de o século , a a organização científica de o trabalho de Winslow_Taylor , cuja tese mais célebre recomenda a decomposição de os gestos que realizam um dado trabalho e a cronometragem de os respectivos tempos . Foi ( em grande parte ) sobre as ideias de Taylor que se criou o trabalho em cadeia . Admitimos que de ele se tenham feito descrições exageradas e caricaturais , posto que de isso em os previne Georges_Friedmann em Ou va le travail humain . Mas os depoimentos de quem viveu a cadeia , desde o velho Navel a o recente Haraszti , deixam -nos a impressão de um trabalho destruidor... em o entanto , para o nosso desígnio , não importa uma posição radical ou mais nuancé . O trabalho em cadeia despede o pensamento , por lhe ser mesmo prejudicial , em a sua tendência para a automatização completa de os gestos . De um ponto de vista psíquico , o trabalho em cadeia propriamente dito ( independentemente de o que se passa em a cabeça de o operário ) não envolve mais de o que uma actividade medular . ( A expressão é de Friedmann . ) Portanto , o_que há de mais rico em o Homem ( pensamento , acto voluntário ... ) não entra , ou entra muito pouco , em o trabalho em cadeia . Há pois um empobrecimento humano . Eis porque se fala , como reacção , ou correcção de o trabalho em cadeia , de enriquecimento de o trabalho , também chamado ( e depois de o que dissemos perceber -se-á porquê ) humanização de o trabalho . De início , patrões e managers gabavam , praticamente sem restrições , esse primeiro taylor-fordismo que lhes trazia ganhos de produtividade , lhes embaratecia a força de trabalho e aumentava a rentabilidade de o capital... Porém , por a década de 40 , a grande indústria americana começou a queixar -se de as suas dificuldades com o pessoal : os operários trabalhavam deficientemente , não paravam de reivindicar , a o mínimo pretexto interrompiam o trabalho... Chamou -se o médico de estas doenças , o psico-sociólogo , que declarou sofrerem os trabalhadores de cansaço de os gestos repetitivos que o sistema lhes impunha , de falta de prazer retirado de o trabalho , de falta de gosto por o trabalho . em uma palavra , de robotização . Entre os vários remédios , receitados por os psico-sociólogos encontrava -se o enrichment job . ( Para compensar um pouco de a linearidade de o percurso histórico que fizemos deixamos aqui a notícia de o volta-face de Henry_Ford em 1945 , distanciando -se de o taylorismo e defendendo que a indústria criadora deveria passar a conceder o maior interesse a o factor humano . Os analistas de a ideologia terão o cuidado de retirar a capa de o humanismo de Ford descobrindo o princípio activo que o movia , necessariamente o de o lucro máximo . Esse facto porém não tira que Ford seja , não só por a acção em a organização de o trabalho como por a sua prática de a ideia de que o produtor constitui a o mesmo tempo um consumidor , um de os homens decisivos de a história contemporânea . ) Posto este introito , já poderemos transladar -nos a a Suécia , a as fábricas Volvo e Saab-Scania . Impera aí ( provavelmente com algumas tintas de humanização , pois já estamos em os primeiros anos de 70 ) o taylor-fordismo , as cadências infernais : em as cadeias de montagem o mesmo gesto chega a repetir -se de 40 em 40 segundos . Esta racionalidade tem porém o seu preço : a desafeição por o trabalho ( tanto mais explicável quanto é alta a escolaridade de os operários suecos ) , elevada taxa de absentismo , uma rotação anual de o pessoal que chega a atingir 60 % . É perante esta situação que surge uma nova organização de o trabalho , animada por ideias que vão a o arrepio de a parcelização de as tarefas , como por exemplo : a formação de pequenas equipas de operários , cada uma recebendo a indicação de a tarefa que lhe compete e a remuneração global devendo os membros de a equipa partilhar entre si a tarefa e o salário atribuído a o grupo , a entrega a a decisão de a equipa de uma certa margem em o tocante a o ritmo de o trabalho... Mas para que se compreenda melhor em que consiste esta nova organização de o trabalho vamos transcrever a descrição feita por Michel_Bosquet de a variante posta em prática em a Saab-Scania . Os grupos são constituídos por três operários . Têm , em princípio , 30 minutos para montar um motor : carburador , filtro , bomba de água , etc. . Os operários podem organizar o trabalho de duas maneiras a a sua escolha : cada um trabalhando 30 minutos em o seu próprio motor , ou trabalhando os três , durante 10 minutos , em o mesmo motor , efectuando assim cada_qual um terço de o conjunto de a tarefa . São os operários quem coloca os motores , depois de montados , em o lugar devido . Se montarem os três motores cada um em , por_exemplo , 80 minutos , em vez de os 90 , terão uma pausa suplementar de 10 minutos . Diante de esta descrição pode -se bem analisar e ajuizar de a importância de a organização de o trabalho levado a efeito por a Volvo e por a Saab . Mas terá interesse indicar primeiro os resultados . As instalações para a nova organização ficaram 10 % mais caras de o que as adequadas a o tipo de organização anterior . O tempo de montagem averiguou -se ser praticamente o mesmo . Mas o absentismo e o turnover diminuiram , este último em média de 20 % . E a necessidade de supervisores tornou -se , naturalmente menor . Feito o balanço , a experiência apareceu positiva . de o ponto de vista de a subjectividade de os trabalhadores , condensaremos a mudança em o comentário de um de eles : Agora posso ir a o quarto de banho sem ter de levantar o dedo como um menino de escola . E isso conta . A mudança de o trabalho em cadeia que se fazia em a Volvo e em a Saab-Scania para este enriquecimento de o trabalho parecerá pequena . Mas não é insignificante . Repare -se que há uma inversão de sentido : antes , a lógica consistia em a parcelização , em a decomposição , de o trabalho ; em o novo sistema , há uma recomposição de as tarefas . Quebrou -se uma tendência . E com a recomposição , algum enriquecimento se dá . a o ter a opção quanto a a maneira de realizar a tarefa e um certo poder de escolha em o ritmo de o trabalho , o operário aumenta o seu espaço de liberdade . a o compor um objecto ( um motor em o caso que vimos , mas em uma variante de a Volvo quatro grupos de dez operários montam um automóvel ) , o trabalho adquire para quem o executa um sentido , um_pouco mais de sentido de o que quando se tratava de repetir uma tarefa maximamente parcelizada . Ulla Jeanneney fala de uma recriação de os pequenos ateliers de que muitos trabalhadores conservariam a nostalgia . Pode temer -se que haja em a observação um passadismo sentimentalista sem razão de ser . Mas não sofre dúvida que este trabalho em pequenas equipas gera uma atmosfera de solidariedade humanizadora que não se encontra em o trabalho em cadeia que anteriormente executavam , e que os robotizava . Posto que a recomposição de as tarefas se cifra em um maior rendimento e goza de o favor de os trabalhadores , dir -se - ia fatal a sua generalização . Há porém um impedimento . Aquela organização de o trabalho , a o conferir poderes a os trabalhadores sobre as condições de o trabalho , é vista por o sacrossanto poder de o patrão em a empresa como um de os primeiros passos em um caminho que tende a levar longe . de aí [resistências [348]] . ( Mas deve também referir -se o cepticismo quanto_aos os resultados de a experiência nutrido por alguns observadores . V. ob . cit . de François_Fetjo , pág. 88 ) . Há porém razões para supor que [as resistências fincadas em um absolutismo de a propriedade [348]] recuarão . Os patrões mais modernos estão dispostos a aceitar experiências como as de a Volvo e de a Saab , rentáveis , em vários sentidos . A social-democracia e o socialismo democrático ( nós empregamos sempre estas expressões como sinónimos ) , atingindo o tecto de a redistribuição de o rendimento , ver -se-ão naturalmente obrigados a pôr a tónica em a redistribuição de o Poder ( regionalização , democracia industrial , etc. ) . Por último , as preocupações de a Igreja quanto_à a dignidade de o trabalho dirigem em o sentido em que vão experiências como as que apontámos .