Afonso de Albuquerque Biografia Foi educado na corte de D. Afonso V. Partiu na esquadra mandada em 1480 em socorro do rei D. Fernando de Nápoles, «para reprimir o furor dos turcos». Esteve na expedição de 1489 para defender a fortaleza da Graciosa, situada da ilha que o rio Luco forma junto da cidade de Larache. Foi estribeiro-mor do rei D. João II, a quem em 1476 acompanhou nas guerras com Castela. Esteve assim nas praças-fortes de Arzila e Larache (Marrocos) em 1489, e em 1490 faz parte da guarda de D. João II, tendo voltado novamente a Arzila em 1495. Em 6 de abril de 1503 partiu para a Índia com o primo Francisco de Albuquerque, comandando cada qual três naus, tendo participado em várias batalhas, erguido a fortaleza em Cochim e estabelecido relações comerciais com Coulão. De regresso ao reino de Portugal, «mais cheio de glórias que de despojos», foi bem acolhido por D. Manuel que em 1506 o tornou a enviar ao Oriente em companhia de Tristão da Cunha e nomeando-o governador da Índia na sucessão do vice-Rei D. Francisco de Almeida. Neste posto, conquistou vários portos em Omã acabando por chegar à riquíssima cidade de Ormuz, que se tornou tributária de Portugal. Em 1510 toma Goa ao turco Hidalcão e em 1511 toma Malaca, abrindo aos portugueses o acesso às especiarias das Molucas e ao comércio com a China. Em Fevereiro de 1513 Albuquerque parte para o estreito de Bab-el-Mandebe, tentando tomar Áden sem êxito. Com a construção da fortaleza de Ormuz em 1515 concluiu o seu plano de domínio dos pontos estratégicos que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da Índia. Em 1514 na Índia dedicou-se à administração e diplomacia, a concluir a paz com Calecute, a receber embaixadas de reis indianos e a consolidar e embelezar Goa, onde, por meio do casamento de portugueses com mulheres indígenas procura criar uma raça luso-indiana. O seu prestígio chegara ao auge criando as bases do Império Português no Oriente. Jaz em local desconhecido em Goa, na India? Ora, quando morreu, conta Diogo Barbosa Machado na Bibliotheca Lusitana (Tomo I, página 23) que «foi amortalhado com o manto da Ordem militar de Santiago, de que era comendador, sepultado na igreja de Nossa Senhora da Serra em Goa, que edificara em agradecimento do feliz sucesso da conquista de Malaca. Passados 51 anos, foi trasladado, como dispusera seu testamento, ao convento de Nossa Senhora da Graça dos Religiosos Eremitas de Santo Agostinho da corte, para onde foi conduzido em 19 de maio de 1566 com pompa».